NOSSA METODOLOGIA DE ENSINO
O processo de aprendizagem musical, segundo a proposta de Carl Orff ( um, dentre outros, músicos europeus do início do século XX, criadores dos “métodos ativos”), é parte integrante do objeto do estudo realizado pela professora Mardane Marília para a MONOGRAFIA (TCC) apresentada à Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão de sua graduação em Música (Licenciatura – Habilitação em Educação Musical Escolar).
Vale ressaltar, que o estudo de tais propostas, culminou em grande satisfação e sucesso, tanto pela ampla possibilidade de aplicação e adequação de metodologias, quanto pela resposta positiva e desenvolvimento musical dos alunos da professora e toda a equipe de professores do NÚCLEO EDUCACIONAL FLAUTA E COMPANHIA e ESCOLA DE MÚSICA PERCURSAR desde então.
Vejam a seguir alguns trechos da MONOGRAFIA (TCC) acima citada, que apresentam as principais propostas educacionais de Orff, com as quais, dentre outras propostas de músicos adeptos aos “métodos ativos de aprendizagem musical”, nos fundamentamos para, com muito amor e dedicação, ensinar música aos nossos alunos.
Esperamos que apreciem!
Estaremos sempre à disposição dos alunos, pais e responsáveis para informar mais do nosso ensino.
[…]Carl Orff
“la Musique élémentaire, appelée certainemente à tort: “pédagogie Orff” (parfois même “méthode Orff”) n’est pas l’oeuvre d’une seule personne comme nous pourrions le penser mais bien d’une équipe pédagogique compose de Carl Orff, Gunild Keetman, Dorothée Gunther et Maja Lex. Connus ou inconnus du grand public, qu’il soit ici rendu homage à chacun d’eux.” (CHAPUIS et SACCOMANO, 2010, In. ASSOCIATION CARL ORFF)
TRADUÇÃO: “Música Elemental, chamada incorretamente “pedagogia Orff ” (por vezes mesmo “método Orff”) não é o trabalho de uma única pessoa como poderíamos pensar , mas de uma equipe de professores composta por Carl Orff , Gunild Keetman, Dorothee Gunther e Maja Lex. Conhecidos ou desconhecidos do público, está aqui feita a homenagem a todos eles.” (CHAPUIS et SACCOMANO, 2010, In. ASSOCIATION CARL ORFF)
Carl Orff (Munique, 10 de julho de 1895 – Munique, 29 de março de 1982): compositor alemão, conhecido mundialmente pela Cantata Carmina Burana[4]. Encontra-se entre os músicos europeus do início do século XX, criadores dos “métodos ativos”. Sua proposta foi bem recebida em vários países da Europa e da América e fundamenta-se no desenvolvimento rítmico, no movimento e na integração de linguagens artísticas.
A proposta pedagógica de Orff se consolidou depois de outra importante experiência relacionada ao ensino de música. Segundo (FONTERRADA, 2005; p.146 e 147), ele e Dorothee Gunter[5] fundaram em 1924 em Munique, Alemanha, a Gunter Schule, onde ministravam aulas de dança e música a professores de Educação Física. Na Gunter Schule os alunos conviviam tanto com práticas de dança como de música, fato evidenciado pela autora no relato sobre os instrumentos que Carl Orff planejou, conhecidos como “instrumentos Orff”. Estes instrumentos eram utilizados alternadamente pelos alunos, que ora os tocavam e ora dançavam aos seus sons, evidenciando-se assim, a ampla exploração da estreita relação do ritmo com o movimento e o trabalho voltado ao propósito de integrar as linguagens artísticas. O sucesso do trabalho desenvolvido na Gunter Schule culminou na formação de um grupo de espetáculos que ficou famoso na Alemanha, tanto pela proposta artística, quanto pela relevância na formação dos professores. Suas atividades acabaram por ser interrompidas devido à Segunda Guerra Mundial e a escola foi fechada pelos nazistas.
Com o fim da guerra e a produção de um antigo trabalho musical dirigido por Orff e Gunter, a ideia de integrar música e movimento ressurgiu, levando o educador que até então tinha seu trabalho voltado à formação de professores, a avaliar a possibilidade de estabelecer um vínculo direto da sua proposta com a educação infantil. Inicia-se então o desenvolvimento do conceito de “música elemental” que defendia a ideia de um aprendizado inicial básico a partir do ritmo e desenvolvido através da fala, dança e movimento. A reconstrução do seu material de trabalho, ou seja, os “instrumentos Orff” foi uma das medidas iniciais para a aplicação prática deste conceito e deu origem à criação do Studio 49 que até hoje fábrica e fornece tais instrumentos.
Além dos “instrumentos Orff”, Carl Orff deixou como legado a “Orff Schulwerk”, uma coletânea de peças escritas para alunos composta de cinco volumes, indicando com clareza a natureza de um processo educacional direcionado ao aprendizado, através da prática e da criação. De acordo com a bibliografia consultada, Orff acreditava no desenvolvimento de habilidades musicais por estágios que acompanhassem os estágios do desenvolvimento humano. Em sua proposta o desenvolvimento rítmico deveria ocorrer através do movimento e o melódico através dos ritmos da fala. A ideia é entender a música como uma forma de expressão natural, que deve ser aprendida como qualquer outra linguagem, um aprendizado baseado em movimentos e sons naturais. O fazer musical proposto como um exercício natural, sem nenhum tipo específico de técnica e utilizando elementos lúdicos presentes no cotidiano infantil tais como: cantigas, rimas, parlendas e jogos infantis, etc. Estes mecanismos trazem, na facilidade de assimilação, a possibilidade de um aprendizado profundo e significativo, revelando, dentre outros aspectos, o caráter inclusivo do método.
O processo de aprendizagem musical, segundo a proposta de Orff, baseia-se na priorização da vivência. Os ensinos teóricos e técnicos só ocorrem em estágio posterior ao processo de aquisição e apropriação dos elementos musicais, através das práticas vivenciadas, dentre as quais se destacam: — a atividade de eco, com a qual os alunos são estimulados a repetir o que ouvem; a atividade de perguntas e respostas, na qual os alunos escutam um trecho musical e em seguida improvisam outro como resposta; repetição de pequenas sequências melódicas ou rítmicas “ostinatos” com a opção de usá-los como base de improvisação instrumental e vocal; além de atividades de movimento corporal e expressão plástica[6] relacionados às experiências musicais. A prática da improvisação representa uma atividade de alto valor, tanto nos estágios iniciais quanto nos estágios avançados de desenvolvimento.
Ainda em relação ao legado de Carl Orff, faz-se necessário comentário mais abrangente sobre a utilização dos “instrumentos Orff”. O que se percebe além da já citada abordagem direcionada à prática e à criação, é um material didático que promove o contato das crianças com elementos musicais importantes, através da experimentação e sem necessidade de pré-requisitos, além de bastante motivador. Qual criança não se encantaria e não se interessaria de imediato pela exploração de objetos tão convidativos? Com o instrumental Orff abre-se aos alunos oportunidades de estabelecer contato com vários timbres e suas combinações, exercitar a prática instrumental e vocal em conjunto, expressarem-se e também ouvir o outro, percebendo as funções e as relações entre as partes do conjunto e desenvolvendo habilidades que vão, desde a escuta e conscientização rítmica e melódica, também passando pela coordenação motora e expressão corporal e da fala, até a improvisação e criação. Importante ressaltar que a abordagem da proposta pedagógica pautada na experiência é mantida mesmo nos estágios posteriores e o conteúdo teórico e técnico não é enfatizado além do necessário. […]
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