O que é forma em música? Forma é um paradigma organizacional para análise de uma obra musical, mas que contribui também para a prática e execução.
Ao analisar uma obra musical pontuamos questões que orientam sua interpretação e execução. As partes habitualmente podem ser ordenadas definindo cada seção por aspecto melódico ou função com letras que promovem similaridade. Ainda é possível organizar uma obra com letras de ensaio – letras maiúsculas por seção continuamente de A até Z, corridas independente de serem partes comuns ou não.
Mas a numeração de compasso não seria o bastante na partitura?
Não. Quando enumeramos o compasso aperfeiçoamos o ponto de partida na comunicação, mas quando o músico executante está ciente do ponto de partida dada a marcação da forma real, automaticamente o gesto musical e fisiológico se define para melhor designar a sua interpretação.
A organização da forma aperfeiçoa também, por exemplo, a realização de um ensaio, tal qual o desenvolvimento da execução do musicista. Um diretor musical ou um regente quando se comunica por letras de ensaio identifica propriamente ao músico a parte que pretende, se associada a melodia ou aspecto musical já conhecido.
Se a obra está devidamente marcada, no que é uma primeira seção ou uma segunda seção, e assim sucessivamente, na comunicação rápida aproveita-se melhor o tempo escasso que habitualmente possuímos.
A maior dificuldade no desenvolvimento de um trabalho, que depende de muitos músicos, está em conciliar as agendas, por mais incrível que isso possa parecer, e aproveitando todo tempo possível, a partitura é motriz se organizada seção por seção.
Então o que é seção?
Seção ou parte é um compêndio estipulado dentro de uma sucessão de compassos definindo característica comum que os une em contraposição de outra sucessão de compassos.
Garota de Ipanema de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, por exemplo, possui duas seções ou partes diferentes. Organizadas em A1 – primeira parte, A1 novamente, B – segunda parte, A2 – repetição da primeira parte com uma pequena variação.
Ou, de forma mais simplificada, organizadas em A – primeira parte, A novamente, B – segunda parte, A’ – repetição da primeira parte com uma pequena variação.
Se a forma apresentasse uma introdução seria grafada como intro – seção preliminar que antecede o primeiro tema.
Caso a forma apresente um interlúdio, ou intermezzo, ou seção solo inédita dada uma nova construção harmônica ou melódica, comporia uma nova seção – chamada de solo, ou interlúdio.
O mesmo ocorreria se houvesse uma seção final, inédita quanto a construção harmônica e melódica, e até mesmo rítmica, estaria formada uma nova parte – um coda, por exemplo, que na origem da história da música além de compor um sinal de abreviação é considerada parte da forma – uma seção de variação com caráter de finalização de uma obra musical.
Como exemplo de forma:
Introdução A1 A2 B1 A3 Solo B2 A4 Coda
A mesma seção em determinada linguagem do arranjo, poderia ser grafada como:
Introdução A1 A1 B A2 C B A2 D
Ou ainda de maneira corrida, que chamamos letras de ensaio:
A B C D E F G H I
Nesse último caso das letras de ensaio dificulta-se à visualização das formas, tornando-se algo similar a enumeração dos compassos. São nove partes, grafadas de A até I.
Conclusão
Na organização da partitura, e da direção musical de um grupo de músicos, particularmente a primeira sugestão é a mais funcional.
Ao descrever em um ensaio a seção em que se atua, o músico tem referência sobre ela, e as vezes sem precisar recorrer constantemente a partitura.
Mas e se eu não utilizo partitura?
Pontue verbalmente o que considera uma seção e a forma que está construída sua obra musical.
Como aprender isso? Que tal em um curso de APRECIAÇÃO MUSICAL? Nós temos!
#VemPraPercursar
#VemProFlautaeCompanhia