O DESENVOLVIMENTO DA MUSICALIDADE ATRAVÉS DA DANÇA E DO MOVIMENTO pautado nas propostas educacionais de JACQUES DALCROZE E CARL ORFF, é um dos objetos do estudo realizado pela professora Mardane Marília para a MONOGRAFIA (TCC) apresentada à Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais, como requisito parcial para a conclusão de sua graduação em Música (Licenciatura – Habilitação em Educação Musical Escolar).
Vale ressaltar, que o estudo de tais propostas, culminou em grande satisfação e sucesso, tanto pela ampla possibilidade de aplicação e adequação de metodologias, quanto pela resposta positiva e desenvolvimento musical dos alunos da professora e toda a equipe de professores do NÚCLEO EDUCACIONAL FLAUTA E COMPANHIA e ESCOLA DE MÚSICA PERCURSAR desde então.
Vejam a seguir alguns trechos da MONOGRAFIA (TCC) acima citada que apresentam as principais propostas educacionais de Dalcroze e Orff, nas quais nos fundamentamos para, com muito amor e dedicação, ensinar música aos nossos alunos.
Esperamos que apreciem!
Estaremos sempre à disposição dos alunos, pais e responsáveis para informar mais do nosso ensino.
[…]2.1- Émile-Jacques Dalcroze
“On n’écoute pas la musique uniquement avec les oreilles, on l’entend résonner dans le corps tout entier, dans le cerveau et dans le cœur ” Emile Jaques-Dalcroze, Notes Bariolées. (DALCROZE).
“Música não é só ouvir com os ouvidos, ouvimos ecoando em todo o corpo, no cérebro e no coração” (Tradução nossa).
Dalcroze (Viena, 6 de julho de 1865 – Genebra, 1 de julho de 1950): artista e educador musical, autor de ideias pedagógicas influentes e revolucionárias em sua época e ainda hoje adotadas como fundamento para propostas e ações nas áreas de música, dança e teatro. Está entre os músicos europeus do início do século XX, conhecidos como os pedagogos musicais da primeira geração, criadores dos “métodos ativos”, cujas propostas se destacam pela pertinência e influência, inclusive no Brasil.
A relevância de Dalcroze para a presente pesquisa está em sua proposta de uma educação musical baseada no movimento corporal e na habilidade de escuta. (FONTERRADA, 2005, p. 110). Fonterrada descreve relatos do próprio educador, sobre percepções de dificuldades apresentadas pelos alunos, desde o início da sua atuação no Conservatório de Genebra. Consideradas fundamentos para os princípios do seu sistema são estas percepções: dificuldades de reconhecimento das sonoridades dos acordes escritos durante as aulas de harmonia, pressupostamente devido à pouca frequência de escuta dos mesmos, e dificuldades rítmicas na execução do canto geradas pela falta de preparação muscular do aparelho vocal. Essas percepções incitaram as investigações do educador rumo à proposta de interação entre escuta; movimento corporal e música, base do sistema de educação musical conhecido como “Rythmique” ou Rítmico em português.
Conforme visto em Fonterrada, representações motrizes do ritmo; percepção do tempo musical a partir dos movimentos e importância psicológica dos movimentos como suporte dos fenômenos intelectuais e afetivos, são endossos científicos e aspectos destacados por Dalcroze em 1909; Seashore, psicólogo americano em 1919 e Claparède em 1906, respectivamente. (Ibdem, 2005, p.113).
Além das questões pedagógicas de ensino-aprendizagem, Dalcroze se preocupava com as questões culturais e com o sistema educacional de sua época, que em sua visão, apresentavam aspectos insatisfatórios e a considerar como: o papel da arte e dos artistas em relação ao aumento da população e as mudanças sociais; a ausência da música nas escolas, devido ao enfraquecimento da igreja, que à época, era polo da educação e parte considerável da música composta e executada e a postura desatualizada e acomodada das autoridades escolares com relação às recentes teorias educacionais[1]·, promovendo uma falta de aproximação com a, por ele considerada, “verdadeira” educação.
Na visão de educador e artista, Dalcroze apresenta um sistema educacional voltado, não só para o desenvolvimento de habilidades individuais, mas também para a educação coletiva e para a união das linguagens artísticas, sob inspiração da “trindade verbo, gesto e música[2]”, apresentada nos dramas musicais de Wagner no final do século XIX, mesmo não reconhecendo a união proposta por estas obras, como se pode ver em:
O não reconhecimento da união pretendida na ópera wagneriana levou-o ao início de seus questionamentos a respeito da união das artes, não por não concordar com ela, mas por entender não ser suficiente a obra conter os três elementos clássicos para que estivesse garantida sua unificação[…]não bastaria a fusão de música, verbo e gesto, mas seria necessário que os movimentos corporais e sonoros, bem como os elementos musicais e plásticos, estivessem estreitamente unidos pela base. (FONTERRADA, 2005, p.116 e 117)
Dalcroze não foi o precursor da ideia de ligação entre ritmo e atividade motora, mas foi o primeiro no meio musical a investigá-la e afirma que “não existe nenhum sujeito musical que apresente alguma deficiência na expressão musical rítmica, que não a possua, também, corporalmente” (Dalcroze, “L’initiation au rythme”, 1907, in. 1965, p.41; apud FONTERRADA, 2005, p.119). As percepções e investigações do educador permitem observar o caráter de superação de deficiências contido em sua proposta educacional, cujas principais características serão expostas a seguir.
Segundo informações da página da Associação Suíça de Professores Rítmica Dalcroze, no site do Instituto Dalcroze, a rítmica é uma educação ativa através da música e para a música, que propõe ações e movimentos como: expressar a música e as emoções com o corpo; tornar visível o que se ouve; desenhar formas com o corpo explorando o espaço; desenvolver condutas de socialização através da aceitação do outro e busca de aproximação e intimidade com a arte. Baseia-se na semelhança entre os movimentos naturais do corpo e os movimentos da música, solicitando a utilização de todo o corpo, inclusive da voz e dos sentidos: auditivo, visual tátil e cinestésico[3]. As representações mentais pessoais, construídas com os exercícios, são transferidas para outras áreas de atividade como as relacionadas com idiomas; gráficos; símbolos, etc.. A Rítmica enriquece a bagagem pessoal através das sensações vividas conscientemente, permite experiências concretas e ligações com outras formas de arte. Desenvolve a capacidade de expressão e conhecimento corporal e musical.
Ainda segundo a Associação, o diálogo permanente entre as ações motrizes e auditivas promovem a consciência da ligação entre percepções e ações, atuam e influenciam em todo o corpo, nas habilidades cognitivas e no poder de imaginação e expressão do ser humano, sendo sua progressão pedagógica descrita por Dalcroze como segue:
Vivenciar | Ouvir e movimentar | |
Absorver; entender | Ouvir, reagir e sentir. | |
Analisar | Tomar consciência | |
Internalizar | Reproduzir e representar | |
Expressar | Imaginar, perceber e improvisar | |
Simbolizar | Identificar, registrar e descrever | |
Criar | Compor, inventor |
Quadro elaborado pela autora, baseado na progressão pedagógica da consciência da ligação entre percepções e ações, conforme Dalcroze. (SITE DO INSTITUTO DALCROZE). |
O Instituto Jacques Dalcroze forma professores de música, cujas competências têm reconhecimento internacional. Estes professores atuam na difusão do sistema e metodologia Dalcroze e também em sua adaptação ao contexto atual. O Instituto oferece diversas modalidades de cursos, porém, nem sempre direcionados ao aprendizado da teoria musical ou instrumentos. Alguns são voltados inclusive para outras artes como dança e teatro; malabarismo ou desenvolvimento de atividades motoras; cursos para idosos com foco no equilíbrio para aumento de mobilidade, na prevenção de acidentes, na manutenção da memória, na autoestima, etc.. No entanto todos os cursos são aplicados através do ritmo e da música e estão presentes em mais de 40 centros de formação em 20 países de quatro continentes.
2.2- Carl Orff
La Musique élémentaire, appelée certainemente à tort: “pédagogie Orff” (parfois même “méthode Orff”) n’est pas l’oeuvre d’une seule personne comme nous pourrions le penser mais bien d’une équipe pédagogique compose de Carl Orff, Gunild Keetman, Dorothée Gunther et Maja Lex. Connus ou inconnus du grand public, qu’il soit ici rendu homage à chacun d’eux. (CHAPUIS et SACCOMANO, 2010, In. ASSOCIATION CARL ORFF).
Música elemental, chamada incorretamente “pedagogia Orff " (por vezes mesmo “método Orff”) não é o trabalho de uma única pessoa como poderíamos pensar , mas de uma equipe de professores composta por Carl Orff , Gunild Keetman, Dorothee Gunther e Maja Lex. Conhecidos ou desconhecidos do público, está aqui feita homenagem a todos eles. (Tradução nossa).
Carl Orff (Munique, 10 de julho de 1895 – Munique, 29 de março de 1982): compositor alemão, conhecido mundialmente pela Cantata Carmina Burana[4]. Encontra-se, assim como Dalcroze, entre os músicos europeus do início do século XX, criadores dos “métodos ativos”. Sua proposta foi bem recebida em vários países da Europa e da América e assim como Dalcroze, fundamenta-se no desenvolvimento rítmico, no movimento e na integração de linguagens artísticas.
A proposta pedagógica de Orff se consolidou depois de outra importante experiência relacionada ao ensino de música. Segundo (FONTERRADA, 2005; p.146 e 147), ele e Dorothee Gunter[5] fundaram em 1924 em Munique, Alemanha, a Gunter Schule, onde ministravam aulas de dança e música a professores de Educação Física. Na Gunter Schule os alunos conviviam tanto com práticas de dança como de música, fato evidenciado pela autora no relato sobre os instrumentos que Carl Orff planejou, conhecidos como “instrumentos Orff”. Estes instrumentos eram utilizados alternadamente pelos alunos, que ora os tocavam e ora dançavam aos seus sons, evidenciando-se assim, a ampla exploração da estreita relação do ritmo com o movimento e o trabalho voltado ao propósito de integrar as linguagens artísticas. O sucesso do trabalho desenvolvido na Gunter Schule culminou na formação de um grupo de espetáculos que ficou famoso na Alemanha, tanto pela proposta artística, quanto pela relevância na formação dos professores. Suas atividades acabaram por ser interrompidas devido à Segunda Guerra Mundial e a escola foi fechada pelos nazistas.
Com o fim da guerra e a produção de um antigo trabalho musical dirigido por Orff e Gunter, a ideia de integrar música e movimento ressurgiu, levando o educador que até então tinha seu trabalho voltado à formação de professores, a avaliar a possibilidade de estabelecer um vínculo direto da sua proposta com a educação infantil. Inicia-se então o desenvolvimento do conceito de “música elemental” que defendia a ideia de um aprendizado inicial básico a partir do ritmo e desenvolvido através da fala, dança e movimento. A reconstrução do seu material de trabalho, ou seja, os “instrumentos Orff” foi uma das medidas iniciais para a aplicação prática deste conceito e deu origem à criação do Studio 49 que até hoje fábrica e fornece tais instrumentos.
Além dos “instrumentos Orff”, Carl Orff deixou como legado a “Orff Schulwerk”, uma coletânea de peças escritas para alunos composta de cinco volumes, indicando com clareza a natureza de um processo educacional direcionado ao aprendizado, através da prática e da criação. De acordo com a bibliografia consultada, Orff acreditava no desenvolvimento de habilidades musicais por estágios que acompanhassem os estágios do desenvolvimento humano. Em sua proposta o desenvolvimento rítmico deveria ocorrer através do movimento e o melódico através dos ritmos da fala. A ideia é entender a música como uma forma de expressão natural, que deve ser aprendida como qualquer outra linguagem, um aprendizado baseado em movimentos e sons naturais. O fazer musical proposto como um exercício natural, sem nenhum tipo específico de técnica e utilizando elementos lúdicos presentes no cotidiano infantil tais como: cantigas, rimas, parlendas e jogos infantis, etc.. Estes mecanismos trazem, na facilidade de assimilação, a possibilidade de um aprendizado profundo e significativo, revelando, dentre outros aspectos, o caráter inclusivo do método.
O processo de aprendizagem musical, segundo a proposta de Orff, baseia-se na priorização da vivência. Os ensinos teóricos e técnicos só ocorrem em estágio posterior ao processo de aquisição e apropriação dos elementos musicais, através das práticas vivenciadas, dentre as quais se destacam: — a atividade de eco, com a qual os alunos são estimulados a repetir o que ouvem; a atividade de perguntas e respostas, na qual os alunos escutam um trecho musical e em seguida improvisam outro como resposta; repetição de pequenas sequências melódicas ou rítmicas “ostinatos” com a opção de usá-los como base de improvisação instrumental e vocal; além de atividades de movimento corporal e expressão plástica[6] relacionados às experiências musicais. A prática da improvisação representa uma atividade de alto valor, tanto nos estágios iniciais quanto nos estágios avançados de desenvolvimento.
Ainda em relação ao legado de Carl Orff, faz-se necessário comentário mais abrangente sobre a utilização dos “instrumentos Orff”. O que se percebe além da já citada abordagem direcionada à prática e à criação, é um material didático que promove o contato das crianças com elementos musicais importantes, através da experimentação e sem necessidade de pré-requisitos, além de bastante motivador. Qual criança não se encantaria e não se interessaria de imediato pela exploração de objetos tão convidativos? Com o instrumental Orff abre-se aos alunos oportunidades de estabelecer contato com vários timbres e suas combinações, exercitar a prática instrumental e vocal em conjunto, expressarem-se e também ouvir o outro, percebendo as funções e as relações entre as partes do conjunto e desenvolvendo habilidades que vão, desde a escuta e conscientização rítmica e melódica, também passando pela coordenação motora e expressão corporal e da fala, até a improvisação e criação. Importante ressaltar que a abordagem da proposta pedagógica pautada na experiência é mantida mesmo nos estágios posteriores e o conteúdo teórico e técnico não é enfatizado além do necessário.
A abordagem Orff é difundida em vários países. Segundo informações obtidas no site da “Fundação Carl Orff” (criada em 1984) com sede em Diessen, distrito de Landsberg na região metropolitana de Munique, estado da Baviera-Alemanha, são mantidas neste endereço, em condições originais, a casa onde o compositor viveu e seu escritório. A fundação tem a propriedade legal dos direitos sobre as obras artísticas e educacionais do compositor e tem por objetivo manter e difundir seu legado como se pode verificar no seguinte fragmento:
Promoção do trabalho educativo: A Fundação Carl Orff promove a divulgação do Orff Schulwerk em todo o mundo, assim, contribui para o financiamento da Schulwerk Fórum Orff em Salzburgo e de cursos Schulwerk nacionais Sociedades Orff-Schulwerk. – Promoções só podem ser solicitadas por sociedades Schulwerk. A Fundação promove desta forma os intercâmbios educacionais interculturais e de música e apoia a educação e formação, especialmente de música, dança e educação social por meio de atividades de cursos, workshops e simpósios.
Promoção do trabalho artístico: A Fundação Orff promove o trabalho artístico de Carl Orff através de comunicação intensiva com o Publisher Schott Música em Mainz, através de discussões com profissionais do teatro, com orquestras, maestros, compositores e numerosas instituições e entidades da vida musical pública. (SITE DA FUNDAÇÃO CARL ORFF, 2015).
Em cumprimento de suas funções a Fundação Carl Orff apoia a Orff-Zentrum München que cuida dos arquivos, promoção e exploração musicológica da vida e obra de Orff; A Biblioteca da Baviera que guarda registros escritos sobre as obras cênicas e o Orff Institute na Universidade Mozarteum em Salzburg, que promove o treinamento de professores de música e dança, preparando-os para abordagens musicais e artísticas, principalmente através das Orff-Schulwerk (mais de 40 sociedades em todo o mundo). Através da difusão e promoção do trabalho educativo de Orff, também é possível aos educadores musicais interessados, apreciar vários exemplos de atividades e adequá-las ao seu contexto educacional.
2.2.1 – Sínteses das propostas de Dalcroze e Orff na visão de um Graduado em Orff – Schulwerk
JACQUES DALCROZE – Princípios: O estudo da música é o conhecimento de si próprio. A música, arte da expressão, é a imagem humana: sentir para expressar-se conhecer para construir-se. Dalcroze quer que a música, passando pelo ouvido, chegue até a alma para abraçá-la e que a alma transforme o corpo em ressonâncias. A música transporta sua harmonia, sua melodia, seu ritmo, sua frase, seus silêncios para falar à nossa alma. A Rítmica (Movimento e ritmo) Estudo do movimento: Desenvolve o organismo inteiro. Estudo do ritmo corporal: Sistemas musculares, Centros nervosos, Graduações de Força e Elasticidade no espaço e no tempo, concentração e análise. O Sentido auditivo do ritmo: Qualidades de receptividade, Expressão de Matizes de força e duração dos sons, Concentração e Espontaneidade. O Solfejo (Vocalização) Sentido dos Graus e das relações de elevações dos sons; faculdade de reconhecimentos dos seus timbres; ensina a ouvir e a representar mentalmente as melodias e seus contrapontos; improvisações. A Improvisação (Combina as noções de rítmica e solfejo) Exteriorização Musical; desenvolvimento do sentido táctil-motriz; traduzir no instrumento os pensamentos musicais. | CARL ORFF- Princípios: Propõe levar a todo mundo à música, não somente a aprender música, mas permitir a todo mundo “fazer música” como meio de expressão. Que cada criança possa expandir-se vivamente, explorando, desenvolvendo sua musicalidade, se comunicando através dela. Esta música “para si e feita por si próprio”, na qual “o fato de participar é mais importante que o resultado”, ficará constantemente ligada a ideia de “música elemental”. Ostinato (Repetição e Instrumental Orff) A Criança encontra segurança na repetição. Oferece a criança tocar e cantar em conjunto, desde a tenra idade. A consciência auditiva é estimulada pela descoberta das relações entre as partes no conjunto. Memória musical, independência rítmica, e coordenação motora são desenvolvidas à medida que executam partes musicais que vão gradativamente desafiando suas habilidades. Noção de elementos musicais como bordão, melodia, pulso, altura dos sons, intenção e finalidade de cada instrumento na composição musical. Movimento e dança circular (Noção corporal) A partir de danças circulares, compreender fraseologia da música, diferentes timbres e motivos rítmicos, noções de forma e de interiorização corporal do pulso e dinâmica. ***Cânones, Pergunta e Resposta, Improviso, Compreensão e independência musical, noção harmônica, Criação e fluidez rítmica, Musicalidade e raciocínio. |
Estas sínteses foram elaboradas por Uirá Kuhlmann[7] e encontram-se disponíveis no site música e movimento (citado nas referências desta monografia).
2.2.2 – Síntese comparativa das propostas de Dalcroze e Orff e suas relações com a presente pesquisa
Observando as propostas de Dalcroze e Carl Orff é possível perceber, em aspectos gerais, semelhanças importantes e características dos princípios com os quais se fundamentaram. Ambos propõem uma abordagem pedagógica através da vivência ao invés da teoria e da técnica (empregada somente de maneira minimamente necessária e/ou em estágios avançados). Enfatizam o movimento, o canto e a fala, visando o desenvolvimento de habilidades específicas tais como: expressão e criação. Consideram a integração de linguagens artísticas como fator relevante. Desenvolvem o repertório didático a partir da música clássica erudita europeia ou das músicas tradicionais de seus locais de origem. […]
REFERÊNCIAS
A Fundação Carl Orff. Disponível em: http://www.orff.de/institutionen/carl-orff-stiftung.html. Acessos em: 2015.
ASSOCIATION CARL ORFF. Disponível em: http://www.orff.fr/index.php/article/la-pedagogie-musicale-elementaire-marie-laure-chapuis-et-philippe-saccomano Acesso em: 02/08/2015.
Biografia online de Carl Orff, Disponível em: http://www.orff.de/orff-schulwerk.html. Acesso em: 23/10/2015.
CAMARGO, Maria Lígia Marcondes de. Música/movimento: um universo em duas dimensões; aspectos técnicos e pedagógicos na Educação Física/ Maria Lígia Marcondes de Camargo. – Belo Horizonte: Villa Rica, 1994. 143p.
CANDÉ, Roland História Universal da música. 2 volumes. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
CARL ORFF HOME PAGE, Disponível em: <http://www.orff-zentrum.de/index.asp> Acesso em: 29/04/2012.
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. DE TRAMAS E FIOS: UM ENSAIOSOBRE MÚSICA E EDUCAÇÃO. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
INSTITUTO DALCROZE GENEBRA. A rítmica de Dalcroze http://www.dalcroze.ch/rythmique-geneve-quoi/ Acesso em: 30/08/2015.
INSTITUTO DALCROZE BÉLGICA. Disponível em: <http://www.dalcroze.eu. Acesso em: 30/08/2015.
INSTITUIÇÕES ORFF. Disponível em http://www.orff.de/institutionen/carl-orff-stiftung/kooperationen.html. Acesso em: 22/10/2015.
INSTITUTO CARL ORFF. Disponível em: http://www.orffinstitut.at/index. php?id=62&L=1%27%20and%20char%28124%29%20user%20char%28124%29%3D0%20and%20%25. Acesso em: 23/10/2015.
KUHLMANN, Uirá. SITE MÚSICA E MOVIMENTO. Disponível em: http://www.musicaemovimento.com.br/ e pedagógicos ativos de Carl Orff. Disponível em:< http://www.musicaemovimento.com.br/>Acessos em: 2015.
SOUZA, Ângela Maria de. (Doutoranda) Em Seminário Internacional Fazendo Gênero 8: Corpo, Violência e Poder – UFSC. Simpósios Temáticos nº 22. 2008. MÚSICA E DANÇA: PERCEPÇÕES SOBRE AS PRÁTICAS MUSICAIS E/OU DE DANÇA E SUAS RELAÇÕES DE GÊNERO. Coordenação: Dra. Deise Lucy Oliveira Montardo PPGAS/UFAM – Universidade Federal do Amazonas Disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/st22.html Acessos em: 2015.
SOUZA, Maria Inês Galvão. (Dra.). O ENSINO DA DANÇA NA ESCOLA: TÉCNICA OU CRIATIVIDADE, Cadernos de Formação RBCE, p. 32-42, jan. 2011. Disponível em: http://cbce.tempsite.ws/revista/index.php/cadernos/a rticle/view/1206/612. Acesso em: 08/12/2014.
STRAZZACAPPA, Márcia. A EDUCAÇÃO E A FÁBRICA DE CORPOS: A DANÇA NA ESCOLA.Cad. CEDES, Campinas, v. 21, n. 53, p. 69-83, abr. 2001.
[1] Recentes teorias educacionais: menção às teorias educacionais de Freidrich Froebel, Heinrich Pestalozzi e Edouard Claparéde: os primeiros grandes inspiradores da “Escola Nova”, movimento de renovação do ensino especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX e às análises a respeito da ausência da música nas escolas suíças efetuadas pelo compositor e educador Mathias Lussy.
[2] Trindade verbo, gesto e música – termo utilizado no artigo “Ritmo e Gesto no Drama Musical Diante da Crítica” escrito por Dalcroze entre 1910 e 1916 para fazer referência à ideia de união das linguagens artistas contida nos dramas musicais de Richard Wagner, segundo (FONTERRADA, 2005, p.116).
[3] Cinestésico: relativo à cinestesia; sentido da percepção de movimento, peso, resistência e posição do corpo, provocado por estímulos do próprio organismo. (HOUAISS, 2001, p.720).
[4] Carmina Burana é o nome dado a poemas e textos dramáticos manuscritos do século XIII. As peças são em sua maioria picantes, irreverentes e satíricas. O códice encontrado em Benediktbeuern (município no distrito de Bad Tölz-Wolfratshausen em Baviera, Alemanha) continha poemas dos monges e eruditos errantes — os goliardos — quase todos escritos em latim medieval, exceto 47 versos, escritos em médio–alto-alemão vernacular e vestígios de frâncico. Um estudioso de dialetos, Johann Andreas Schmeller, publicou a coleção em 1847, dando-lhe o título de “Carmina Burana”, que, em latim, significa “Canções de Benediktbeuern”.
[5] Dorothee Günther (8 de Outubro de 1896 em Gelsenkirchen a 18 de Setembro de em Colónia), profissional da ginástica alemã, professora de dança e autora profissional.
[6] Expressão plástica: expressão e comunicação de sensações corporais, sentimentos de alegria, tristeza e serenidade, desejos, ideias, curiosidade e experiências ou um conjunto de fatos emotivos através de movimento específico, podendo ser este: — a fala, a escrita, o desenho, a pintura, a modelagem ou a construção.
[7] Uirá Kuhlmann: Diretor da “Música e Movimento”, núcleo de formação em educação ativa; Prof. de vivência musical, Prof. no curso de pós-graduação “A Arte de ensinar Arte” (Faculdade Singularidades em São Paulo). Pesquisador na área da educação musical ativa e cultura brasileira. Formado na EMESP em piano erudito, licenciatura em música pela UFSCar. Graduado em Orff – Schulwerk pela San Francisco School “The Certification Orff Program” e pela Escola do Movimento Ivaldo Bertazzo “Reeducação do Movimento”.
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